quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CD de Thelmo Lins na lista dos trabalhos que influenciaram a carreira do DJ e produtor Zé Pedro

Em 2007, o DJ, produtor cultural e fonográfico Zé Pedro lançou o livro "Meus discos e nada mais", com a lista dos discos brasileiros que marcaram sua carreira e formação artística. Ali estão listados trabalhos de alguns dos mais expressivos artistas do Brasil, como Maria Bethânia, Nara Leão, Elis Regina, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Gal Costa, Fafá de Belém, entre outros nomes. A lista começa em 1960, com trabalho de Silvia Telles, passando por obras de Maysa, Agostinho do Santos, entre outros nomes, até os dias atuais.

O CD "Thelmo Lins canta Drummond", de 2003, configura nesta prestigiosa lista. Leia abaixo a opinião do autor a respeito deste trabalho.




quinta-feira, 29 de setembro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quem é Thelmo Lins

Thelmo Lins (foto de Mary Lane Vaz)

Thelmo Lins é cantor, ator, gestor cultural, escritor e jornalista. Nasceu em Itabirito (MG). Começou sua trajetória artística no teatro. Gravou seu primeiro CD em 1999, num projeto em homenagem ao Clube da Esquina. Em 2001 lançou o CD Encontro dos Rios. Dois anos mais tarde foi a vez de Thelmo Lins Canta Drummond, com poemas de Carlos Drummond de Andrade musicados especialmente para o trabalho por grandes compositores brasileiros. Em 2006, gravou, ao lado do cantor Wagner Cosse, o elogiado CD Cânticos, com os poemas de Cecília Meireles musicados por Fatima Guedes. Em 2007, lançou o livro de poesias Rosas Amassadas. Em 2010, lançou o CD “Trá-lá-lá-lá-li  Trá-lá-lá-lá-lá – Poemas Musicados de Henriqueta Lisboa”, também com Wagner Cosse. As músicas foram compostas por alguns dos mais expressivos compositores mineiros da atualidade. O CD gerou o musical infantil “O menino poeta”, que estreou em julho de 2010, em Belo Horizonte. Em 2011, lança “Samba Sambá Sambô”, com música de Pirulito da Vila. Maria Bethânia, Sueli Costa, Elza Soares, Belchior, José Miguel Wisnik, Joyce, Francis Hime, Vander Lee, Celso Adolfo, nomes consagrados da MPB, são alguns nomes que já atuaram em projetos do artista. É responsável pela administração do Teatro Santo Agostinho, de Belo Horizonte, e pelo portal www.itabiritocultural.com.br.

Foto de divulgação do CD "Thelmo Lins Canta Drummond" (2003)

No espetáculo "O menino poeta" (2010)


Ao lado de Maria Bethânia, na gravação do CD "Thelmo Lins Canta Drummond" (2003)

Com Geraldo Vianna e Elza Soares, na gravação de "Encontro dos Rios" (2000)

Ao lado de Graziela Cruz, Regina Milagres e Wagner Cosse,
no projeto "Nada Será Como Antes - Canções do Clube da Esquina" (1997-1999)

Com o elenco do musical "Uma Festa no Céu" (1997)

Foto de Mariangela Chiari para divulgação do CD "Cânticos" (2006)

Com Wagner Cosse, na divulgação do CD "Cânticos" (2006)



O que já disseram a respeito do CD

O escritor Affonso Romano de Sant´anna, que assinou o encarte CD

"...música e poesia voltam a se encontrar. A variedade de ritmos, o requinte dos arranjos instrumentais e vocais e a voz de Thelmo Lins se fundem aqui harmoniosamente", do poeta e escritor Affonso Romano de Sant'Anna (Rio de Janeiro, RJ)

“Escrevo para agradecer tanta música boa. Gostei muito de teu disco. Você fez um ótimo trabalho propiciando esta nova interpretação da poesia de Carlos. A presença de Maria Bethânia é emocionante e você é responsável por toda essa emoção através das parcerias inspiradas. Música requintada, obviamente elaborada com pureza de sentimento e bom gosto. Ainda pretendo caminhar muito pelas curvas de teu disco... Meus parabéns pelo teu cantar e meu agradecimento pela tocante homenagem ao Carlos, meu avô-saudade”, de Pedro Graña Drummond, neto de Carlos Drummond de Andrade
 
"Acabo de ouvir o CD e confesso que fiquei encantado com o resultado do trabalho. Sensível, belo e emocionante - achei todas as canções belíssimas...e acho também que é o melhor CD do Thelmo como cantor até então", do compositor Flávio Henrique (Belo Horizonte, MG)
 
“Prezado Thelmo, sempre tive livros de cabeceira, vários. Agora, com o seu fabuloso, primoroso ‘Thelmo Lins canta Drummond’ tenho o meu primeiro CD de cabeceira. Obra digna da grandiosidade do nosso poeta-mor”, do jornalista e escritor Petrônio Souza Gonçalves
 
Thelmo, estou emocionada com o que acabo de ouvir. Como grande admiradora da obra de Drummond, estou apaixonada pelo trabalho primoroso que você fez. Parabéns e sucesso!, da jornalista Kátia Pereira, da Rádio Itatiaia (Belo Horizonte, MG)
 
“Parabéns pelo belíssimo trabalho! Embora extremamente contido, nosso Drummond ficaria orgulhoso pela brilhante homenagem. O disco está perfeito, em todos os aspectos: do talento do cantor à qualidade dos instrumentistas, da beleza das músicas ao bom gosto do libreto. Diante de trabalho tão emocionante, só podemos gritar da platéia: Bravo!!! Bravo!!! Bravo!!!”, do escritor e professor de Literatura Edmilson Caminha (Brasília, DF)
 
“O CD está lindo!!! Você está cantando como nunca: simples, na medida exata, expressivo, cuidadoso e com a qualidade de sempre!”, da cantora e professora de canto Babaya (Belo Horizonte, MG)
 
Original
Obra digna da grandiosidade nosso poeta-mor
Original
O CD também recebeu críticos elogios importantes brasileiros, como Nelson Motta, Lauro Lisboa (Estado de s. Paulo) e do jornal O Globo.

Show mescla poemas musicados com grandes autores brasileiros


O show “Thelmo Lins canta Drummond” mescla canções do CD homônimo, com os poemas musicados do poeta itabirano, com músicas de grandes compositores brasileiros que se inspiraram nos versos de Drummond e temas que inspiraram o poeta a escrever.
         Estão no show canções como “Itamarandiba”, de Milton Nascimento e Fernando Brant (“no meio do meu caminho sempre haverá uma pedra...”), “Águas de Março” (Tom Jobim), “Trenzinho do Caipira” (Villa-Lobos e Ferreira Gullar), "Dentro de mim mora um anjo" (Sueli Costa e Abel Silva" e a contundente "Sonata ao Luar" (Beethoven). Thelmo canta também "Reino das Palavras", o samba-enredo da Mangueira que homenageou o poeta em 1987, e uma canção de Charles Chaplin, um dos ídolos de Drummond. A viagem musical se completa com nove canções do CD. Costuram o roteiro trechos de poemas de CDA que enfatizam os temas de cada música, como o clássico “E agora, José?” e o emocionante “Quero”.
         Desde que foi lançado, em 2002 (um ano antes do lançamento do CD), Thelmo Lins já apresentou o espetáculo em cinco estados brasileiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Distrito Federal). Em algumas ocasiões, contou com participações especiais de Sueli Costa, Fatima Guedes, Wagner Cosse e outros nomes da música popular brasileira.
         A banda é composta por um trio (piano, contrabaixo e bateria), tendo a direção musical de Danilo Abreu.
Com a cantora e compositor Sueli Costa

Com Vivian Santos, na gravação do programa
Globo Horizonte (Rede Globo Minas)

Com Danilo Abreu e Ana Brandão, na turnê
pelo Vale do Jequitinhonha, em 2008

Em Itabira, terra natal do poeta

Com Leda Nagle, na divulgação do show no Rio de Janeiro


No Museu Abílio Barreto, em Belo Horizonte

Gravando uma participação na Globo de Montes Claros (MG)

Em Juiz de Fora: poesia e música

"Thelmo Lins Canta Drummond" é um mergulho na poesia de Carlos Drummond de Andrade

Capa do CD, lançado em 2003
          O CD Thelmo Lins Canta Drummond foi idealizado pelo cantor Thelmo Lins, como um projeto para o centenário do poeta, comemorado no dia 31 de outubro de 2002. No entanto, a concretização do patrocínio só aconteceu em janeiro de 2003, retardando o lançamento.
         A produção foi capitaneada por Tavinho Bretas e Thelmo Lins. Vários grandes nomes nacionais aceitaram o convite, criando canções que estão sendo registradas pelas primeira vez, como Milton Nascimento, Joyce, Sueli Costa, José Miguel Wisnik, Francis Hime, Tavinho Moura e Belchior. Para completar o elenco, foram convidados nomes da geração de ouro da MPB mineira atual, como Renato Motha, Sérgio Santos, Ladston do Nascimento, Geraldinho Alvarenga e Flávio Henrique.
         Os arranjos e a direção musical foram assinados por Geraldo Vianna, que também atuou no projeto como violonista. Integraram o elenco de músicos o violonista Weber Lopes, o pianista e tecladista Ricardo Fiuza, o baixista Milton Ramos, o percussionista Serginho Silva, o violonista e guitarrista Laudares, a violista Cleusa de Sana, a violoncelista Isabele Alves, o pianista Danilo Abreu, o clarinetista William Barros, o flautista Mauro Rodrigues, o violinista Leonardo Lacerda e o baterista André ‘Limão’ Queiroz.
         O CD Thelmo Lins Canta Drummond contou com outras participações de peso, como o da cantora lírica Eliseth Gomes, que fez os vocais na faixa “O Deus de Cada Homem”. O cantor Wagner Cosse dividiu com Thelmo Lins os vocais em “Cadeira de Balanço”. O maior destaque, no entanto, foi a participação especial da cantora Maria Bethânia, na faixa “O Mundo é Grande”. Grande influência na carreira de Thelmo Lins, Bethânia registrou no CD uma emocionada interpretação dos versos de Drummond musicados por Sueli Costa. A faixa contou, ainda, com o luxuoso violão de Jaime Alem, um dos maiores violonistas brasileiros atuais.
Thelmo e Bethânia

         O disco foi gravado no Estúdio Murillo Corrêa, em Belo Horizonte, de março a junho de 2003.
          Vale ressaltar o texto de apresentação do CD foi escrito por Affonso Romano de Sant’Anna, talvez o maior conhecedor da obra do poeta no mundo. Romano fez um breve relato da relação de Drummond com a música, constatando uma certa “inveja” do itabirano em relação à dupla Tom e Vinícius. Arrematando o texto, Romano escreve: “É relevante o fato que esse poetão tenha sido musicado por gerações sucessivas e diferentes de músicos. De seus pares modernistas, como Villa-Lobos, Mignone, passando por músicos experimentais como Edino Krieger e Marlos Nobre, ele chegou à música popular exemplificada neste CD. Isto não significa que sua poesia vai se tornar mais popular por causa disto. Significa, isto sim, que música e poesia voltam a se encontrar. A variedade dos ritmos, o requinte dos arranjos instrumentais e vocais e a voz de Thelmo Lins se fundem aqui harmoniosamente”.

 Contracapa do CD

        
         Fazem parte do CD as seguintes faixas (com comentários de Thelmo Lins):
1.    Confidência do Itabirano (Carlos Drummond de Andrade e Tavinho Moura) – O poema é uma pequena autobiografia do autor, que se expõe através dos sentimentos que nutre pela terra natal, Itabira. São dele os famosos versos: “Itabira é apenas um retrato na parede. Mas como dói”. Tavinho Moura, exímio compositor mineiro, enfrentou com maestria a liberdade dos versos, construindo uma bela melodia que ganhou arranjo de dois violões e baixo acústico. Geraldo Vianna criou, no final, uma pequena valsa, que remete às serestas mineiras.

2.    O Mundo é Grande (Carlos Drummond de Andrade e Sueli Costa), participação da cantora Maria Bethânia e do violonista Jaime Alem. Sueli Costa sempre foi uma mestra em musicar poemas. Ela já havia realizado esta proeza, com brilhantismo, nas parcerias com Cecília Meirelles e Fernando Pessoa. Desta vez, a compositora mineira (nascida em Juiz de Fora) elabora uma linda melodia para esse pequeno poema de Drummond que é uma ode ao amor e à vida. Bethânia e Jaime Alem marcam presença, com interpretações emocionantes.

3.    Anoitecer (Carlos Drummond de Andrade e José Miguel Wisnik) – Desde que li pela primeira vez o poema, vi nele a música de Wisnik, um compositor que muito admiro. Qual foi a minha surpresa quando ele escolheu, dentre vários poemas que lhe enviei, justamente este contundente texto de Drummond, que foi publicado em seu célebre “A Rosa do Povo”. Nem precisa dizer que tudo funcionou bem. O arranjo de Geraldo Vianna trouxe para a canção acordes orientais, que ressaltam a atemporalidade do texto.

4.    Cantiga de Viúvo (Carlos Drummond de Andrade e Ladston do Nascimento) – Ladston guardava, em seu baú de pérolas, esta belíssima melodia para um poema de Drummond que já havia sido musicado por outros compositores, dentre eles Villa-Lobos. Particularmente, acho a melhor versão, pois respeitou a tristeza e a espiritualidade da canção.

5.    Mulher Andando Nua pela Casa (Carlos Drummond de Andrade e Flávio Henrique) – Flávio é um desses grandes talentos que aparecem de vez em quando para mudar a história. Que bom que é a história de Minas e, melhor ainda, que podemos conviver com ele e conseguir dele uma obra-prima como esta maravilhosa canção. Inspiração jazzística, que realça a sensualidade deste poema da fase erótica do poeta. A clarineta de William Barros é a própria figura feminina, serpenteando pelos cômodos da casa.

6.    Cadeira de Balanço (Carlos Drummond de Andrade e Joyce), participação do cantor Wagner Cosse – Joyce embarcou neste CD, me presenteando com a linda “Cadeira de Balanço”. É nítida a ponte que ela faz entre o Rio e Minas Gerais, com ecos do Clube da Esquina. Para me ajudar nos versos deliciosos de Drummond, convidei uma grande voz amiga, o cantor Wagner Cosse, que já havia participado dos CDs “Nada Será Como Antes” e “Encontro dos Rios”.

7.    O Deus de Cada Homem (Carlos Drummond de Andrade e Milton Nascimento), participação da soprano Eliseth Gomes – Foi especialmente prazeroso, para mim, a participação de Milton Nascimento neste projeto. Compositor e cantor que admiro e fonte inspiradora de todos nós, Bituca me concedeu o direito de cantar pela primeira vez esta belíssima canção, que tem versos fortes e bastante atuais. Resolvi dividir os vocais com uma cantora que admiro há tempos: Eliseth Gomes, que trouxe para o CD os ecos da negritude lírica.

8.    No meio do caminho (Carlos Drummond de Andrade e Sérgio Santos) – Sérgio vem se estabelecendo como um dos maiores compositores brasileiros atuais. Por isso, e por conhecer um pouco de sua obra, achei que ele seria a pessoa ideal para destrinchar o mistério deste poema-símbolo, talvez o maior conhecido de Drummond. O convite foi aceito e, como não poderia deixar de ser, veio uma canção originalíssima. Ponto para o arranjo, que imprimiu maior dramaticidade ao material.

9.    Volta (Carlos Drummond de Andrade e Belchior) – Belchior me procurou, oferecendo-me esta canção, que faz parte de um projeto dele de gravar um CD com poemas de Drummond musicados por ele mesmo. A primeira vez que a ouvi, durante um show que apresentamos no auditório do Museu Abílio Barreto, fiquei emocionado com a música, de acento nordestino, em cima do texto do poeta de Itabira que reverencia a memória de seu amigo Manuel Bandeira. O belo arranjo de Geraldo Vianna enfatizou o saudosismo dos versos.

10. Canção Amiga (Carlos Drummond de Andrade e Milton Nascimento) – Quando Milton Nascimento topou musicar um poema de Drummond para este CD, pediu à produção que fosse regravada esta música que, originalmente, foi registrada pelo próprio Milton no antológico “Clube da Esquina 2”, de 1978. Aceitei a incumbência com humildade, buscando imprimir ao arranjo a minha visão da canção, que já interpretava em meus shows. E, é claro, lembrei de minha mãe, e do poder que as mães têm na formação de todos nós. Lindo o arranjo, que trouxe à tona o violino de Leonardo Lacerda.

11. Ser (Carlos Drummond de Andrade e Renato Motha) – Este talvez seja um dos mais belos poemas de Drummond, que consta em várias seleções de suas melhores obras. Apaixonei-me por ele logo que o li e descobri que Renato Motha também tinha um carinho especial pelo texto. Não deu outra: uma melodia de grande beleza, onde Motha ressalta dos apelos dos filho oitavando a linha do canto. O flautista Mauro Rodrigues brilha.

12. Inaugura-se o Retrato (Carlos Drummond de Andrade e Francis Hime) – Um dos maiores compositores brasileiros, Hime dá um show neste chorinho carioca, que tem uma linha de canto elaborada, que obriga o intérprete a ser quase um instrumento de sopro. Um prazer cantá-lo, acompanhado por essas feras, em especial Weber Lopes, na guitarra.

13. Canção de Namorados (Carlos Drummond de Andrade e Geraldinho Alvarenga) – Desde que li este poema, publicado no livro “Poesia Errante”, quis que fosse musicado. Quem poderia enfrentar esta tarefa? Lembrei-me de Geraldinho Alvarenga, chorão do primeiro time de músicos mineiros, que fez um samba de breque. Alvarenga, que também é itabirano, demonstra que conhece bem a alma do poeta.
Thelmo Lins (foto de Carlos Altman)